Audiência pública debate atuação da Viação Santa Edwiges em Betim 5p13j

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Jonathan Pires

A Câmara Municipal de Betim realizou, na tarde de quarta-feira (21), uma audiência pública para discutir a atuação da Viação Santa Edwiges na cidade. A reunião aconteceu no Plenário Carino Saraiva e foi proposta pelo vereador Ivanildo do Petrovale, por meio do Requerimento nº 866/2025, aprovado por unanimidade.

O presidente da Casa, vereador Leo Contador, conduziu os trabalhos e destacou que o debate sobre o transporte coletivo em Betim vai além da atuação da Santa Edwiges, incluindo o transporte alternativo e questões estruturais. Ele ressaltou que o crescimento populacional da cidade impõe desafios crescentes às empresas e ao poder público, especialmente na contratação de mão de obra. Com a chegada da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, o parlamentar defendeu mais investimentos no setor.

Ivanildo do Petrovale lembrou que sua luta por um transporte público mais eficiente remonta a 2008. Ele criticou a precariedade do atendimento no bairro Petrovale, onde, segundo ele, há apenas três horários de ônibus aos domingos e oito aos sábados. Durante a semana, os ônibus encerram a circulação cedo, prejudicando estudantes e trabalhadores.

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O vereador Paulo Tekim, presidente da Comissão Permanente de Transporte e Mobilidade Urbana, destacou o projeto “Expressinho”, em fase de implementação, que pretende criar rotas dos bairros até o Centro de Betim com integração para outras regiões, tudo com o pagamento de uma única agem. Segundo ele, essa medida poderá facilitar, por exemplo, o deslocamento de moradores do Petrovale até a UPA Norte.

Durante a audiência, diversos vereadores relataram problemas recorrentes no serviço prestado pela Viação Santa Edwiges, como frota sucateada, horários reduzidos e rotas ineficientes. A ausência de representantes da empresa, mesmo após convite formal, foi duramente criticada pelos parlamentares.

Moradores que participaram da audiência também se manifestaram, apontando o monopólio da empresa — que opera há 69 anos em Betim e detém cerca de 80% do transporte coletivo — como um modelo ultraado e ineficaz. A Santa Edwiges possui atualmente 96 veículos, distribuídos em 21 linhas, com frota cuja idade média é de dez anos. Já o transporte alternativo conta com 135 veículos em 11 linhas. O contrato da empresa foi recentemente prorrogado por mais 12 meses, até a realização de nova licitação.

Wladimir Macedo, diretor de Transporte e Trânsito da Transbetim, vinculada à ECOS, assumiu o cargo em novembro de 2024 e espera que a criação da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana contribua para aprimorar a gestão do sistema. Ele apresentou dados que mostram mudanças no cenário da mobilidade: o uso de transporte por aplicativo saltou de 1,5% em 2017 para 15,4% em 2025, enquanto as gratuidades nas agens subiram de 4% para 18%. Wladimir também alertou para o déficit no número de fiscais de trânsito — apenas 24 em atividade — diante da alta demanda.

Participaram da audiência os vereadores Rony Martins, Baé da Comunidade, Gilberto Vianópolis, Marquinho Rodrigues, Zequinha Romão, Adelio Carlos, Claudinho, Kenin do G10, Alexandre da Paz, Toninho da Farmácia, Carlin Amigão e Gregório Silva.